quarta-feira, 28 de abril de 2010

Filme (ops! Série) da Semana: Miracles (2003)





Na verdade não é um filme, mas sim uma série. Miracles (que no Brasil saiu pelo SBT como Milagres Entre o Céu e o Inferno) é uma série bem interessante. Porém como muitas boas séries na TV americana, não atingiu a audiência desejada e acabou por ser cancelada.

Antes de sair de linha, foram gravados 13 episódios. Alguns são meio sem graça, mas a maioria é muito bom. A história segue nosso protagonista Paul Callan, ex-seminarista, que tem por ofício desvendar possíveis milagres.

Quando se depara com um verdadeiro milagre, na forma de um garoto que cura as pessoas, Paul fica decepcionado com a atitude da Igreja perante seu relátório. A Igreja não tee interesse em atribuir milagres a um garoto.

Desapontado o cara deixa de trabalhar para a Santa Sé e passa a atuar como freelancer sobrenatural, passando a investigar casos estranhos em parceria com uma ex-policial gostosona e com um tipo estranho nerdão.

O trio se depara com todo tipo de coisa: espíritos, entidades demoníacas, lendas urbanas e tudo mais. A série é algo entre um Arquivo-X e um Millenium (das quais certamente pegaram muitas idéias).

Certamente o cara que pensou na série Super Natural assistiu todos os episódios de Miracles. Semelhanças não são meras coincidências.

Um grande obrigado pro Márcio "Domenium" que deu a dica dessa série muito legal.

Seguem links pra legenda e pro Torrent:


Link


CDX

terça-feira, 27 de abril de 2010

Talladega


Pra quem acha a Formula 1 esporte de maluco tem que ver a NASCAR! Essas cenas abaixo são do Circuito de Talladega, na minha opinião o mais perigoso do mundo.

Fundado em 1969, o Talladega Super Speedway é o maior circuito oval do mundo (com 4.280 m de extensão) e também o mais rápido. O recorde de um carro de turismo nesse circuito é de Bill Eliott que percorreu toda a pista em menos de 45 segundos, a 342km/h em 1987.



Devido as mortes e acidentes nessa pista, hoje não é mais permitido correr sem um limitador de velocidade. E mesmo com velocidade final regulada acontecem acidentes como esse abaixo, no domingo passado.


Por incrível que pareça ninguém se feriu... nem aquele infeliz que teve o carro espedaçado contra o muro e depois explodiu! Segurança dos caras é foda!!



Link do video

CDX

sábado, 24 de abril de 2010

Video da Semana: Carro sem segurança

Segurança pra quê? Se os caras querem correr de FUSCA em uma pista de alta velocidade e periculosidade como Nurburgring, deixa eles...

Notem que tudo acontece na mesma curva! Diretor de prova pra avisar que ali está perigoso? pra quê? O cara quer correr com carro conversível com mais 2 carinhas dentro, em uma curva onde todo mundo capota?! Deixa o peão se divertir!



CDX

terça-feira, 20 de abril de 2010

Da série só mais um copinho!


eba!



CDX

Dieta da cerveja!



Já que NINGUÉM segue a dieta da nutricionista, fiquem com a do Engenheiro Agronomo!
Eu sempre repito que os agrônomos são objetivos e brilhantes.

Dieta fantástica!!!


Pelas leis da termodinâmica, todos nós sabemos que uma caloria é a energia
necessária para aquecer 1g de água de 21,5° para 22,5° C.

Não é necessário ser nenhum gênio para calcular que, se o ser humano beber
um copo de água gelada (200ml ou 200g), aproximadamente a 0°C, necessita de
200 calorias para aquecer em 1°C esta água. Para haver o equilíbrio térmico
com a temperatura corporal, são necessárias então aproximadamente 7.400
calorias para que estes 200g de água alcancem os 37° C da temperatura
corporal ( 200 g X 37°C ).. E, para manter esta temperatura, o corpo usa a
única fonte de energia disponível: a gordura corporal. Ou seja, ele precisa
queimar gorduras para manter a temperatura corporal estável.
A termodinâmica não nos deixa mentir sobr e esta dedução.

Assim, se uma pessoa beber um copo grande de aproximadamente 400 ml, na
temperatura de 0° C de cerveja, ela perde aproximadamente 14.800 calorias
(400g x 37°C ). Agora, não vamos esquecer de descontar as calorias da
cerveja, aproximadamente 800 calorias para 400g.

Passando a régua, tem-se que uma pessoa perde aproximadamente 14.000
calorias com a ingestão de um copo de cerveja gelado. Obviamente quanto
mais gelada for a cerveja maior será a perda destas calorias.

Como deve estar claro a todos, isto é muito mais efetivo do que, por
exemplo, andar de bicicleta ou correr, nos quais são queimadas menos
de 1.000 calorias por hora.

Amigos, emagrecer é muito simples, basta beber cerveja bem gelada, em
grandes quantidades e deixarmos a termodinâmica cuidar do resto.

Saúde a todos...!!!
Já pro bar...malhar...!!!

CDX

sábado, 17 de abril de 2010

Filme da Semana: Buio Omega (1979)




Título Original: Buio Omega
Gênero: Terror , Trash, Gore
Tempo de duração: 91 min
Ano de lançamento (ITA): 1979
Direção: Joe D'amato
Elenco:Kieran Canter, Anna Cardini, Walter Tribus, Cinzia Moreale Franca Stoppi e Sam Modesto.


Eis um filme perturbador. Com uma boa fotografia e história no mínimo macabra esse filme do diretor Joe D'amato é prato cheio. Famoso por suas cenas de sangue e vísceras que são carregadas de um realismo impressionante, D'amato tem em Buio Omega sua obra-prima.

Lançado nos EUA com o título Beyond the Darkness, temos nessa películoa a historinha nos mostra um carinha apaixonado, mas que perde sua amada devido a uma maldição de sua madrasta que queria dar pro enteado. Inconformado com a morte da mulher e utilizando de suas habilidades de taxidermista o fulano resolve empalhar a mulher e conservá-la na sua cama!




É justamente na sequência de cenas que ele prepara o corpo dela para nunca mais se decompor que temos a maestria do diretor. A cena é tão convincente que na época, o italiano foi processado por acreditar-se que ele usou cadáveres reais para as filmagens. O cara deu risada. Tudo efeito visual de primeira.

E claro que rola uma putaria, umas minas nuas... e muito sangue e escabrosidade. Mas não é um filme que vai agradar a maioria. Só para fãs do gênero.

CDX

Propaganda!


Isso sim é prestar informação para o cidadão!




CDX

domingo, 11 de abril de 2010

sábado, 10 de abril de 2010

Crônica da Semana




Maringá, 2.030



Por Leandro CDX Morais

Dia desses adormeci enquanto chovia calmamente lá fora. Eu sou um ávido fã de ficção científica. Devido ao meu gosto, não são raras as vezes em que meus sonhos conduzem por aspectos nebulosos, em outros tempos, outros lugares, outros planetas. Foi em uma dessas versões do meu subconsciente que visualizei minha amada cidade no ano de 2030.
Pra começar, no futuro, tudo que fazia mal, ao homem e ao planeta, foi abolido. Não existiam mais veículos com motores à combustão. Todo tipo de máquina que era alimentada por combustível fóssil for modernizada. De motos à aviões, todos eram alimentados por energia limpa, energia elétrica. Os carros não emitiam mais barulho, e não eram mais fumacentos. Eles já saíam de fábrica com essa nova tecnologia. Os veículos que resistiram tiveram seus motores substituídos por novos propulsores elétricos. Os mais velhinhos que não se enquadravam nessa adaptação foram condenados ao ferro-velho.
No futuro cortaram os cigarros. Nada mais de fumo pra ninguém. As grandes indústrias mantenedoras do tabagismo foram indenizadas em seus prejuízos e extintas. A New Marlboro precisou buscar outros ramos para negócios. Agora eles fabricavam fraldas infantis e material de escritório.
A sociedade do futuro acabou com as bebidas alcoólicas. Nada mais de maltratar o fígado. A tecnologia daqueles tempos propiciou desenvolver cervejas, vinhos, conhaques e toda a gama de bebidas com o mesmo sabor característico, porém sem a adição do venenoso álcool. Não havia mais desculpas para os bebedores de plantão.
A coleta de lixo tornou-se algo sério. Todos eram obrigados a separar seu lixo conforme o material que era confeccionado. E para inibir a produção de lixo por cada residência, a Prefeitura de Maringá cobrava pelo lixo que era produzido. Cada coleta, seu lixo era pesado e emitido uma cobrança.
Muitos tipos de estabelecimentos não existiam mais no futuro. As poucas bibliotecas da cidade foram centralizadas em apenas uma. Mal cuidada e sem respaldo da administração municipal. Afinal de contas ninguém mais se importava com os livros, além dos colecionadores. Isso porque o Kindle (equipamento para leitura de livros em formato digital) tinha tomado o lugar das páginas impressas.
Dessa maneira também não existiam mais livrarias. Nem bancas de jornal. Nem revistarias. Outra coisa que deixou saudade eram os pubs, barzinhos e botecos. Sem bebida alcoólica os donos desses lugares precisaram fechar as portas. Aliás todas as pequenas e médias empresas sucumbiram diante dos grandes conglomerados e grupos empresariais. Uma mesma empresa era controladora desde hospitais até hotéis. Eles fabricavam de lápis à navios.
Outro negócio que foi pro buraco foram os postos de gasolina. Sem a utilização do combustível fóssil, e com a facilidade de abastecer seu carro em uma tomada no conforto do seu lar, os antigos postos não tinham mais sentido de ser. Aliás com a demanda potencializada de energia elétrica, as concessionárias de energia se tornaram as maiores empresas do país. Aqui no Paraná, a Copel tornou-se uma gigante. Através de uma tomada você obtinha serviços de internet, telefonia, sinal de TV além de seu produto primordial, a energia elétrica.
As farmácias, que até alguns anos atrás, proliferavam, encontrando-se quase uma por esquina, foram arrebatadas pelo futuro saudável. Reduziram a um número mínimo, pois a ANVISA não permitia mais a venda de medicamento algum sem prescrição médica. Nem mais um ENGOV podia ser adquirido sem passar por um especialista antes. Exemplo esse tosco, pois claro que com a extinção do álcool potável em forma de cerveja, o ENGOV também perdeu sua finalidade de existir.
O trânsito melhorou muito. Os carros não faziam barulho, não poluíam e também saíam de fábrica com rastreadores e limitadores eletrônicos de velocidade. Tudo exigência do código de trânsito brasileiro, revisado e atualizado. O carro automaticamente detectava, através de sensores espalhados ao longo da via pública, o limite de velocidade permitido, e controlava para que o condutor não o excedesse. Os roubos de veículos tornou-se praticamente nulos. Todo carro podia ser localizado através de seu rastreador em questão de segundos. Contavam por aí casos em que o veículo foi levado pelos larápios, e a polícia localizou o veículo e prendeu os criminosos, antes mesmo do proprietário voltar ao estacionamento e descobrir que o carro tinha sido roubado.
Os crimes de maneira geral foram minimizados. A integração entre as polícias e as políticas educacionais mais eficientes resultaram em uma eficaz maneira de reduzir a criminalidade. As forças policiais estavam mais eficientes e treinadas. Mesmo não utilizando mais armas de fogo (elas também eram proibidas), a instituição policial conseguia manter a ordem, apesar da ampliação do leque de crimes e contravenções. Agora prostituição e venda de bebidas alcoólicas davam cadeia. Contudo, a punição e reabilitação dos infratores era...
Então despertei suando frio e tentando gritar de agonia. O futuro era um pesadelo! Queria passear com meu Simca Chambord, ir a um bar, desses que você coloca uma mesa na calçada para beber sua cerveja e jogar conversa fora com os amigos. Queria poder acender meu cigarro, e fumá-lo enquanto lia meu jornal. Queria ter o direito de passar mal e comprar um sal de frutas. Ou acordar de ressaca e tomar um ENGOV.
Eu não gostava do futuro e sei que ele não gostava de mim. Não queria que meus filhos vivessem em um mundo futuramente assim! Não sem antes viverem o que eu vivi. Todavia eu não podia fazer nada.
Tateei meu criado mudo. Achei meus óculos. Depois de colocá-los, acendi o abajur. Procurei meu relógio de pulso. Eram quatro e quinze da madrugada. Olhei para o calendário. 8 de fevereiro de 2030. O carnaval estava chegando. Eu detesto o carnaval!




CDX

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Kakakakakaka


Racho o bico!



CDX

Filme da Semana : Santa's Slay (2005)




Título Original: Santa's Slay
Gênero: Terror , Trash, Comédia
Tempo de duração: 78 min
Ano de lançamento (USA): 2005
Direção: David Steinman
Elenco: Bill Goldberg, Douglas Smith, Emilie de Ravin e Robert Culp.

O Massacre do Noel (Santa´s Slay) é um filme comovente. Fabuloso eu diria!

Imagine você que, segundo as antigas escrituras, existiram dois nascimentos vindos de uma mulher virgem. O primeiro todo mundo conhece, foi Jesus Cristo, concebido por Deus e Maria. Mas o que pouca gente sabe é que Satã também teve um filho com uma virgem... e seu filho era o Papai Noel!

Claro que como era filho do Capeta, Papai Noel não era nada bom! Espalhava a maldade por todo lado, conduzindo seu trenó puxado por um búfalo raivoso, e distribuindo seus presentes explosivos!

Mas então algo aconteceu para mudar o Natal! Um anjo veio para tretar o Papai "Satan" Noel. E o desafiou para uma partida de Curling (aquele esporte tosco, em que um cara joga uma panela de pressão que desliza pelo gelo, enquanto dois outros caras tentam reduzir o atrito do percurso com um rodinho na mão!).

A aposta do Curling acabou sendo vencida pelo Anjo. Como o Papai Noel perdeu, ele foi forçado a fazer um "Feliz Natal" pelos mil anos seguintes...

Mas infelizmente os mil anos se esgotaram e agora o Papai Noel voltou mais cruel que nunca...

Vale a pena conferir. Fazia tempo que não encontrava um filme "da nova safra" que fosse tão trash quanto os antigões da década de 80.

Quanta criatividade Batman!


Frases do filme:

"Sou o Papai Noel, não a merda do Drácula!"--Papai Noel puto por apontarem uma lanterna para a cara dele!

"Que piranha de merda!" --- política do bom atendimento.

""Se eu quisesse alguma coisa legal como um Optimus Prime sempre acabava ganhando um fogão de merda ou algo parecido."---realmente traumático para um menino




Página na IMDB

Download do filme (torrent)

Download da legenda


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o Lukas é foda....




CDX

quarta-feira, 7 de abril de 2010

A mais pura verdade

Crônica do grande Antônio Prata

Você conhece a situação. Um cruzamento: na mesma rua, duas pistas seguem em
frente, uma vira para a direita. Há dois faróis: um para quem seguirá reto
e um para quem pretende entrar na transversal ? uma flechinha luminosa, que
aponta naquela direção. Num determinado momento, estão todos fechados. Aí o
desavisado, cujo intuito é seguir em frente, para na pista que dá acesso à
direita, feliz e contente. Até que o farol de flechinha abre, o outro não e
o incauto motorista passa a empacar a fila inteira, atrás dele.

Não dá pra contar até três e já começa o buzinaço. E não é qualquer
buzinaço. A buzina, assim como o aparato vocal humano, é um instrumento
complexo. Vai do mais delicado fonfom de agradecimento ao urro viking cuja
tradução, em português, seria "saia da minha frente, seu artrópode imundo,
antes que eu arranque seus olhos com a chave de boca e os dê como alimento
para minha criação de iguanas!".

O ódio dos motoristas é tanto e a adesão ao buzinaço, tão efetiva que,
acredito, o desatento que fecha a pista está fazendo um bem aos seus
concidadãos. Onde a gente vê, numa cidade grande e agitada como São Paulo,
tamanha comunhão entre desconhecidos? Talvez só num linchamento ou num
saque a uma carreta virada. Os gregos tinham as tragédias, os romanos
tinham o Coliseu e nós temos o trânsito. Que momentos de catarse coletiva!
Que segundos preciosos de relaxamento e descontração!

Imagino que certas pessoas esperem o dia inteiro pela hora de chegar a um
farol como esse. Vários quarteirões antes, já começam a torcer: tomara que
alguém pare! Tomara que alguém pare! Tomara que alguém pare! Então ele
chega lá, o farol abre e... A fila não anda. Ah, que felicidade é meter a
mão na buzina e deixar tudo ali: o Almeidinha que foi promovido em seis
meses e eu lá ralando há anos; a Maria Alice que levou o irmão pro nosso
feriado de Páscoa e o folgado ainda assumiu a churrasqueira; o moleque que
tirou 3 em química; a filha que esqueceu de novo o aparelho móvel na
bandeja do McDonald"s; sem falar da careca, da barriga e dos adolescentes
do andar de cima, que deram pra tocar bongô às 2 da manhã.

Em meio ao buzinaço, no entanto, tudo fica menor. Aquilo, pelo menos, ele
não faz. Ele sabe que a pista da direita é exclusiva para conversão. Ele
sabe que quem pretende seguir reto tem de parar à esquerda. O que é mais
importante: diante da sinfonia, o motorista percebe que não está sozinho.
Uma dúzia de carros urram, alinhados: somos infelizes, somos ansiosos,
somos neuróticos, mas sabemos que a pista da direita é exclusiva para
conversão! Nesse instante a vida tem algum sentido ? e não fosse o imbecil
parado à frente, ele iria convicto naquela direção.

Publicado originalmente no Jornal Estado de São Paulo de 05/04/2010

CDX

sábado, 3 de abril de 2010

Crônica Filho da Puta




Por Leandro CDX Morais





Dia desses fizeram grandes mudanças no trânsito da minha cidade. Implantaram o tal sistema binário. Agora algumas avenidas da cidade tinham um único sentido de circulação de tráfego, ao invés da configuração clássica, onde a pista da esquerda vem e a da direita vai.

É óbvio que uma mudança dessas iria dar muita merda até os motoristas (e pedestres) se acostumarem. Aconteceu até de motorista que bateu em viatura da polícia. E como pode se imaginar eu também fui vítima desse novo sistema. Certa manhã ia calmamente para o trabalho e acabei por fazer uma conversão errada. Levei uma garbosa buzinada e um pomposo “filho da puta!”.

Já cheguei estressado para trabalhar. Mas passado a fúria do momento fiquei pensativo. Comecei a refletir sobre a situação e concluí que o motorista que ofendeu minha mãezinha o fizera de maneira quase automática. Impressionante como o termo filho da puta está na ponta da nossa língua. O que é interessante é que tudo começou com o filho da mãe e acabou evoluindo para o filho da puta.

O filho da mãe era largamente utilizado nas décadas passadas (e na década de 80, nas dublagens para filmes com público adolescente). Na época até ofendia, entretanto eu nunca entendi o porquê, visto que todos somos filhos de uma mãe. Tudo ia muito bem até que algum dia, alguém colocou a mão na cabeça e percebeu que o filho da mãe não fazia o menor sentido. Foi nesse dia que esse abençoado boca suja substituiu a mãe pela puta. E fez-se a luz!

Acredito que o primeiro ofendido que ouviu esse termo nunca mais esqueceu. É difícil você reagir rápido frente a um palavrão desconhecido e chocante. O indivíduo deve ter ficado boquiaberto e sem palavras. Penso que deve ter partido para a briga também. Quando as palavras faltam o punho sobra!

E daí em diante o termo filho da puta espalhou-se. Hoje ele é utilizado tão largamente que acabou se banalizando. Não são raras as vezes que você presencia o encontro de velhos amigos e um fala para o outro “como vai seu filho da puta?”. Pois é. O termo nos dias atuais pode ser utilizado como cumprimento. O que dá o caráter ofensivo ou não é a forma como são proferidas as palavras filho da puta.

Acabei trabalhando aquele dia feliz, apesar das filhas da putices do meu trabalho em questão. Refletir sobre aquela expressão fez meu dia passar mais rápido. E notem que o termo pode ser usado com outras funções gramaticais. Ele pode passar de adjetivo (filho da puta) para substantivo (filha da putice).

Mas como eu dizia, os anos são cruéis, até mesmo para os palavrões, e a expressão filho da puta tornou-se lugar comum. Todo mundo usava a toda hora. Então alguém teve a magnífica idéia de revitalizar o termo, acoplando ao mesmo um verbo! Assim surgiu o vai pra puta que te pariu! Lindo!

Não podemos deixar de considerar que o gênio que modernizou o termo deve ter inventado a nova construção frasal em um momento de inspiração, e a guardou muito bem até o momento que precisou usá-la. Imagino aquela discussão acalorada no caixa do supermercado, quando o funcionário lhe estendeu duas balinhas de troco, e o nosso herói, com toda a sua razão de consumidor queria os 3 centavos de troco. Depois de quinze minutos de bate boca e sem convencer o caixa a lhe dar as míseras 3 moedas, o nosso xingador deve ter proferido: “então fica com esses 3 centavos e vai pra puta que te pariu!” Certamente ele saiu do mercado de alma limpa e cabeça tranqüila. Ah, nada como um palavrão novo!

O que torna o vai pra puta que te pariu ainda mais incisivo do que o filho da puta é o verbo de movimento. No fundo os dois estão qualificando a progenitora do ofendido. Todavia o verbo ir incute uma nova idéia a sentença, de modo a orientar o filho da puta a ir procurar a sua mãe-puta, provavelmente na zona de meretrício. E isso é sensacionalmente! Temos aqui uma missão quase impossível. É como uma fusão entre o vai ver se eu estou na esquina e o filho da puta. Entretanto para entendermos a complexidade da frase ofensiva devemos situá-la em um contexto temporal, quando ela surgiu. Imagine a situação comigo: você está nos idos da década de 40, em algum lugar no Rio de Janeiro, nos tempos de capital federal. A sociedade é conservadora, não existem celulares ainda, e mesmo o telefone é artigo de luxo. Carro então nem pensar. Só os reis do café e os empresários do ramo artístico tinham um. Pra você se locomover só de bonde ou a pé mesmo. E você precisa encontrar uma puta. Sem dúvidas não é uma busca fácil sem os recursos que temos hoje em dia. Para agravar a situação, não é uma puta qualquer que vai servir. Você está a procura da sua mãe! É uma busca vergonhosa e difícil, mesmo para um filho da puta.

Mas novamente a modernidade veio e acabou drenando a maior parte do brilhantismo do termo. Hoje as mulheres da vida têm celular, orkut, twitter e blog. Você consegue encontrar e falar com uma puta até mesmo quando ela está “ocupada”. O passar dos anos acabou por empobrecer nossa língua portuguesa. Outro fator da atualidade que mina o potencial de termos como filho da puta é a invenção dos testes de paternidade. Se no passado o grau de ofensa era potencializado pelo fato do filho da puta não saber quem era seu pai, hoje já não existe esse problema. Se a meretriz resolver meter a boca no trombone (ótimo trocadilho!) e exigir teste de DNA de todos os seus clientes no último mês antes de sua gravidez, estará feita uma grande confusão. Mas pelo menos não teremos mais um filho da puta sem pai.

Uma certa sobrevida foi atribuída ao vai pra puta que te pariu. Em algum momento da história dos xingamentos um bendito resolveu comprimir a expressão e concedê-la um tom de surpresa, espanto, admiração ou até mesmo decepção: era o puta que pariu que surgia na face da terra! Com o encurtamento e com uma carga de exclamatividade o puta que pariu faz sucesso até hoje. Principalmente em tempos que a internet nos traz em forma de fotos e vídeos algumas bizarrices impressionantes, diante das quais é quase impossível ficar indiferente. Nesses casos, mesmo que mentalmente, sempre sai um puta que pariu!

Particularmente, o que eu mais aprecio no puta que pariu é que, quando proferido pausadamente, podemos aumentar o seu grau de dramaticidade. Notem que quanto maior é a pausa entre as sílabas, mais surpreendente, mais desesperadora, mais filha da puta é a situação!

Considero outro sinal do fim dos tempos essa degradação dos palavões. Nem mesmo ofender uma pessoa tem a mesma graça que tinha antigamente. P-u-t-a q-u-e p-a-r-i-u! Mas filhas da putices a parte, certamente seríamos filhos da puta sem pai se não tivéssemos os xingamentos pra exaltar nossas emoções.



CDX