Foi assim: passei a tarde de sábado mexendo no carburador. Desmontei, troquei as juntas do baquelite porque estavam vazando. Eu FIZ as juntas, recortei certinho e tudo mais. Ajustei os parafusos da mistura de ar, fiz tudo bonitinho. Regulei a lenta, ficou filé.
Então pensei, vou dar uma volta para ver como ficou. Tirei o carro, e, perto aqui de casa tem a contrução do Contorno que estão fazendo."É o lugar ideal !" pensei. É mais vazio, mais tranquilo, asfalto novo... Lá vou eu de Maverick.
Mas não precisa nem dizer que fiquei a pé . Passei o Contorno, fui querer engatar a terceira e o carro começou a tossir. Quando vi que ia pipocar já fui dando seta e encostando. Depois o carro apagou e não pegou mais.
Como bom mecânico amador prevenido levei a caixa de ferramentas. Mas nada adiantou. Dei uma fuçada no carbura mas nada resolveu. Dava partida, o arranque trabalhava mas o carro não pegava.
Como o marcador de combustível não está funfando, pensei que podia ser falta de gasolina. Pequei meu galão e vamos voltar a pé para casa (porque minha casa fica mais perto do que o posto mais próximo).
No meio do caminho o tempo começou a fechar. Estava vindo o temporal ! Chegando em casa, o Hélio foi de moto até o posto pegar gasosa para mim. Como ele só tinha um capacete e não dava para ir com ele, fui voltando a pé até o carro, para esperar ele levar a gasolina. E as nuvens preteando...
Voltamos ao carro, colocamos gasolina, mas nada.... Foram quase 5 litros mas a coisa não funfou... Ou foi pouca gasolina, ou era outro problema.
Volto eu a pé para casa novamente, e de casa fui direto para a Oficina Fuziboros. O Marcão sempre me socorre nessas horas. Lá ele tem uma picape e o aparato para "rebocar" o maveco. Já tinha feito isso outroas vezes.
Cheguei na oficina já com o ventão comendo solto! O temporal já estava em cima. Mas como sou cara azarado, nesse dia o Marcão estava sem o carro da oficina. Estava de moto. Cacildis! Não tinha como puxar o carro.
Pensei em rebocar o Maveco de Gol. O carro estava com a minha namorada. Mas como sou um cara muito azarado, não consegui falar com ela.
Precisava fazer alguma coisa antes da chuva, e não tinha condições de deixar o carro lá até o dia seguinte porque a área é bem deserta. Perigoso roubarem alguma coisa ou achar o carro em cima de 4 tijolos no outro dia.
Acertamos que o mecânico ia lá dar uma olhada para ver se conseguia fazer o carro pegar. Mas ele estava de moto e somente com um capacete também.
Pensei "No Problem! Volto no Hélio e empresto o capacete!" Voltei para casa, já com as primeiras gotas pegando na testa. Como sou um cara azarado pra caralho o Hélio tinha saído.
Voltei novamente à oficina, e combinei com o Marcão que eu ia voltar até o carro a pé mesmo e ele ia de moto. Chegando lá constatei uma coisa: por ser uma área bem aberta, sem tantas construções e árvores, o vento é mais constante (ainda mais que estava com tempo de chuva) . Esse vento trouxe poeira e terra sei lá de onde, e o carro estava coberto por uma fina camada de pó vermelho. Mas essa sujeira foi coberta pelas primeiras gotas de chuva. Então virou uma merderê! Passava o dedo no carro e saia aquela camada de barro.
Por sorte o Marcão sempre dá um jeito na parada. Constatou que aparentemente a bomba de combustível parou de puxar gasolina.Em mais uma operação McGyver, o mecânico tirou um tanto de gasolina do tanque, colocou em uma garrafa pet de 2 litros, e ligou a mangueira de combustível direto na garrafa, sem passar pela bomba.
Assim deu para chegar com o carro até a oficina... Hoje o Marcão começou a mexer, amanhã saberemos o que houve.
Aguarde os próximos capítulos!
CDX