quinta-feira, 24 de março de 2011

Crônica da Semana > Antigamente



Por Leandro CDX Morais

Nesse final de semana começa a temporada 2011 da Fórmula 1. Primeira prova na Austrália. E isso me faz recordar o passado. Os bons tempos da Fórmula 1, quando eu acordava cedo no domingo para assistir corrida com meu pai.

Certamente essa prova inaugural eu não poderei assistir pois estarei dormindo, exausto mas feliz, voltando do show do Maiden em São Paulo que será no sábado a noite.

Mas resolvi montar essa crônica para falar do passado desse esporte tão emocionante. Para falar, na verdade, de um de seus grandes nomes. Escrevo para lembrar os fãs da F-1 que hoje faz exatos 20 anos da primeira vitória do grande Ayrton Senna na Brasil. Naquele domingo, 24 de março de 1991, ele venceu pela primeira vez em Interlagos, depois de 7 anos tentando.

E foi uma corrida de tirar o fôlego! De fazer o coração sair pela boca! Quem era cardíaco e não morreu assistindo, com certeza após aquele susto se curou! Não falo isso somente por ser fã. Falo porque foi foda mesmo! A começar pelos treinos cheios de acidentes, nos quais Senna conseguiu a pole position no último momento.

No domingo da prova choveu pacas! Choveu! E Senna estava liderando a prova quando o improvável aconteceu: quebrou o câmbio! Improvável não... previsível! Ahhh... o câmbio da McLaren MP4-6! Acharam essa caixa de câmbio no pacote de pipoca Vanessa e montaram no carro! Aquela bosta travou 4 marchas, uma após a outra. Faltando 20 voltas para o final, o veículo de Senna ficou apenas com a primeira e a sexta marchas.

Já pensou dirigir pela cidade somente com a marcha mais baixa e a mais alta? Já pensou em dirigir com esse problema no limite do seu carro, a quase 300 km/h? Impossível , não é? Pois é... o homem reagiu com a atitude mais improvável diante da adversidade. Nesse momento vemos quem é piloto de verdade e quem brinca de carrinho. Qualquer piloto desistiria, mas o brasileiro informou por rádio que ia terminar a prova... ou ia continuar até perder as outras duas marchas. Só conheci um piloto que fez isso.

E deu certo! Ayrton venceu, porém teve que ir ao limite do seu estado físico. Terminada a prova não conseguiu sequer sair do carro sozinho. Tamanha era sua fadiga muscular que no pódio quase não conseguiu erguer o troféu para mostrá-lo ao público. Isso sim era ser piloto! Naquele ano ele conquistaria seu último título de campeão.

Hoje em dia assisto por assistir. Esses detalhes emocionantes não existem mais. Hoje os carros quase correm a prova sozinhos. O piloto passou a ser passageiro de luxo do seu próprio carro. Enquanto que antigamente se trocava marchas manualmente (como um carro de passeio) e os pilotos chegavam a rasgar as luvas manuseando a alavanca de câmbio, hoje é tudo automático ou semi-automático, sem o sofrimento de outrora... mas também sem a mesma graça.

Mas as imagens falam muito mais que essas linhas:





CDX

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