Título Original: The Kennedys
Gênero: Drama
Tempo de duração: 8 episódios de 45 min
Ano de lançamento (USA): 2011
Terminei de assistir dia desses a série The Kennedys e fiquei muito surpreso. A série ficou com ótima qualidade e narra com fidelidade os sucessos e percalços da família mais famosa da política americana entre os anos de 1960 e 1968.
A série tem 8 episódios de aproximadamente 45 minutos cada um, e mostra fatos históricos que nem sempre chegaram plenamente ao conhecimento do grande público. Incidentes como a trama para assassinar Fidel Castro, e a conturbada vida familiar de John Kennedy são mostrados de maneira tensa. A série peca pelo americanismo exagerado (já começando pela abertura da mesma que trás a bandeira americana tremulando por entre os nomes dos atores), mas se tratando de uma produção americana, é coisa tão normal que a gente até já se acostumou.
Tirando esse esquema de "nós somos o umbigo do mundo" a série narra até certo ponto com imparcialidade pois não puxa sardinha para o lado dos Kennedys, mas também não detona esses políticos. Não são revelados nem como heróis nem como vilões. São retratados como seres humanos, deixando ao público a difícil missão de tirar suas próprias conclusões.
E talvez eu tenha gostado da série justamente por mostrar esse lado mais humano de um John Kennedy viciado em remédios para dor e insônia, de um Jaqueline Kennedy que tinha que acordar as 5 da manhã para dar conta de seus compromissos como primeira-dama. A parte política da história todo mundo sabe, mas o outro lado da moeda não. E depois de assistir esse trabalho eu tive a nítida impressão que é foda pra cacete ser presidente dos Estados Unidos. Não foram nada fáceis as decisões que John Kennedy teve que tomar. Decisões que implicaram em mortes de soldados e custos de milhões de dólares, e que quase desencadearam uma terceira guerra mundial.
Para se ter uma idéia de como era a treta, e de quão foda são as decisões de um presidente americano, vou narrar para vocês o episódio da crise dos mísseis em Cuba:
A ilha do Caribe era claramente um reduto comunista, e Fidel "Barba" Castro tinha assumido o governo depois de um golpe de estado. Os Estados Unidos começaram a bloquear comercialmente Cuba, mas Fidel estava cagando e andando porque tinha o apoio militar e econômico da União Soviética.
Na época, os EUA tinha uma base militar na Turquia com mísseis nucleares apontados para a União Soviética. Claro que os soviéticos não quiseram ficar atrás, e tiveram a mesma idéia: iriam instalar uma base militar com mísseis em Cuba! Aí meu nego, a coisa fedeu! Os americanos não gostaram da idéia de ter uma base comunista a apenas 145 km de sua costa.
O problema é que naquela época não existia o Google Earth e isso fez toda a diferença! Os EUA só conseguiram obter fotos de satélite de Cuba, indicando que havia a construção de uma base soviética, tarde demais, quando faltava cerca de uma semana para os mísseis estarem prontos para operação. Dentro de 7 dias a União Soviética poderia bombardear o território americano.
Diante de tudo isso a coisa estava tensa! Chegaram a cogitar evacuar 10 milhões de americanos! Imagina isso meu nego!
Os americanos descobriram que havia uma frota de navios soviéticos em deslocamento rumo a Cuba levando mais armamento nuclear. Para não permitir que mais mísseis fossem instalados na ilha, Keneddy ordenou que fosse enviado navios americanos para fazer um bloqueio em mar internacional (coisa ilegal segundo os tratados vigentes).
Quando as duas esquadras ficaram visíveis no Atlântico, quase estourou uma terceira guerra mundial. Moscou afirmou que seus navios não iriam parar, que aquilo era uma violação dos direitos internacionais de navegabilidade. Os americanos falaram que não deixariam os navios passarem, e se fosse preciso abririam fogo. Os comunistas afirmavam que não levavam armamento nos navios, mas suprimentos para os cubanos. A coisa estava tensa pra caceta! Para completar o merderê, os soviéticos mandaram dois submarinos nucleares para escoltar os navios, e isso tinha passado despercebido aos sonares americanos. Ou seja, mesmo que Washington conseguisse barrar os navios, os submarinos poderiam passar e inclusive afundar a frota americana.
Agora você imagina o sangue frio que você teria que ter para tomar uma decisão desse nível. Atacar ou não atacar? Kennedy teve que tomar sua decisão com generais gritando na orelha. O exército quer sempre ver o oco!
O presidente optou por não atacar, e provavelmente Nikita Kruschev também não quis arriscar uma guerra, e deu ordem para os navios recuarem. Foi feito um acordo: os navios soviéticos voltariam, mas os EUA deviam se comprometer a não atacar Cuba.
Parecia que tudo estava resolvido, não haveria mais guerra. Até que aconteceu uma cagada. Avisaram Fidel Barbudon que tava tranquilo, nenhum americano iria invadir a ilha, e eis que um puto de um piloto americano, voando sabe-se lá para quê sobre Cuba, foi derrubado por uma artilharia anti-aérea.
Derrubaram um avião militar americano e o piloto morreu! Fuuuuuuuuuuuuuudeu! Os EUA entraram em estado de alerta. Agora a guerra nuclear ia comer solta. Os comunistas juraram de pé junto que foi um mal entendido. Que todos foram avisados para não atacar, mas um oréia seca devia estar dormindo durante a reunião e não ouviu a nova ordem. Na hora que viu o aviãozinho americano marcando deve ter pensado "upa! vou derrubar esse troxa e ganhar uma medalha do Fidelzão". Deve ter ganhado muita pedalada na cabeça, isso sim!
Mas voltando ao conflito... os EUA ficaram novamente em uma situação tensa, mas o presidente americano acreditou nas palavras dos soviéticos e cubanos. Porém, além de decisões militares e estratégicas, ele precisava agir conforme a opinião pública, e para a opinião geral uma afronta como essa não poderia ficar assim.
Os EUA aceitou as desculpas pelo ocorrido mas exigiu que as instalações militares de Cuba fossem desmanchadas, e em troca eles não atacariam a ilha. A União Soviética não achou certo eles terem um monte de mísseis americanos apontados para o seu cú enquanto eles saíriam de Cuba. Assim exigiram em troca a desativação da base na Turquia.
Tenso mermão! Depois de muito negociar, Kennedy disse que aceitaria a proposta, mas queria que as instalações cubanas fossem desativadas imediatamente, porém ele só iria desativar a base turca dentro de 6 meses. Porque isso? Para ele ficar mais bonito na foto, não podia demonstrar para o povão que os soviéticos estavam ganhando. Foda hein, pior que jogar WAR essa bagaça.
Kruschev se contentou com a palavra do presidente americano. Os mísseis foram retirados de Cuba, e meses mais tarde Kennedy desativou a base turca. Ufa! Que cagaço o povo passava naquela época!
Enfim, para você curtir essa série tem que gostar de história. Outro destaque são os atores e a maquiagem, que deixaram Greg Kinnear igual ao John Kennedy, e Katie Holmes a fuça da Jackie Kennedy.
|Links de download!
Enjoy!
CDX
Gênero: Drama
Tempo de duração: 8 episódios de 45 min
Ano de lançamento (USA): 2011
Direção: Jon Cassar
Elenco: Greg Kinnear, Katie Holmes, Barry Pepper, e Tom Wilkinson.
Terminei de assistir dia desses a série The Kennedys e fiquei muito surpreso. A série ficou com ótima qualidade e narra com fidelidade os sucessos e percalços da família mais famosa da política americana entre os anos de 1960 e 1968.
A série tem 8 episódios de aproximadamente 45 minutos cada um, e mostra fatos históricos que nem sempre chegaram plenamente ao conhecimento do grande público. Incidentes como a trama para assassinar Fidel Castro, e a conturbada vida familiar de John Kennedy são mostrados de maneira tensa. A série peca pelo americanismo exagerado (já começando pela abertura da mesma que trás a bandeira americana tremulando por entre os nomes dos atores), mas se tratando de uma produção americana, é coisa tão normal que a gente até já se acostumou.
Tirando esse esquema de "nós somos o umbigo do mundo" a série narra até certo ponto com imparcialidade pois não puxa sardinha para o lado dos Kennedys, mas também não detona esses políticos. Não são revelados nem como heróis nem como vilões. São retratados como seres humanos, deixando ao público a difícil missão de tirar suas próprias conclusões.
E talvez eu tenha gostado da série justamente por mostrar esse lado mais humano de um John Kennedy viciado em remédios para dor e insônia, de um Jaqueline Kennedy que tinha que acordar as 5 da manhã para dar conta de seus compromissos como primeira-dama. A parte política da história todo mundo sabe, mas o outro lado da moeda não. E depois de assistir esse trabalho eu tive a nítida impressão que é foda pra cacete ser presidente dos Estados Unidos. Não foram nada fáceis as decisões que John Kennedy teve que tomar. Decisões que implicaram em mortes de soldados e custos de milhões de dólares, e que quase desencadearam uma terceira guerra mundial.
Para se ter uma idéia de como era a treta, e de quão foda são as decisões de um presidente americano, vou narrar para vocês o episódio da crise dos mísseis em Cuba:
A ilha do Caribe era claramente um reduto comunista, e Fidel "Barba" Castro tinha assumido o governo depois de um golpe de estado. Os Estados Unidos começaram a bloquear comercialmente Cuba, mas Fidel estava cagando e andando porque tinha o apoio militar e econômico da União Soviética.
Na época, os EUA tinha uma base militar na Turquia com mísseis nucleares apontados para a União Soviética. Claro que os soviéticos não quiseram ficar atrás, e tiveram a mesma idéia: iriam instalar uma base militar com mísseis em Cuba! Aí meu nego, a coisa fedeu! Os americanos não gostaram da idéia de ter uma base comunista a apenas 145 km de sua costa.
O problema é que naquela época não existia o Google Earth e isso fez toda a diferença! Os EUA só conseguiram obter fotos de satélite de Cuba, indicando que havia a construção de uma base soviética, tarde demais, quando faltava cerca de uma semana para os mísseis estarem prontos para operação. Dentro de 7 dias a União Soviética poderia bombardear o território americano.
Diante de tudo isso a coisa estava tensa! Chegaram a cogitar evacuar 10 milhões de americanos! Imagina isso meu nego!
Os americanos descobriram que havia uma frota de navios soviéticos em deslocamento rumo a Cuba levando mais armamento nuclear. Para não permitir que mais mísseis fossem instalados na ilha, Keneddy ordenou que fosse enviado navios americanos para fazer um bloqueio em mar internacional (coisa ilegal segundo os tratados vigentes).
Quando as duas esquadras ficaram visíveis no Atlântico, quase estourou uma terceira guerra mundial. Moscou afirmou que seus navios não iriam parar, que aquilo era uma violação dos direitos internacionais de navegabilidade. Os americanos falaram que não deixariam os navios passarem, e se fosse preciso abririam fogo. Os comunistas afirmavam que não levavam armamento nos navios, mas suprimentos para os cubanos. A coisa estava tensa pra caceta! Para completar o merderê, os soviéticos mandaram dois submarinos nucleares para escoltar os navios, e isso tinha passado despercebido aos sonares americanos. Ou seja, mesmo que Washington conseguisse barrar os navios, os submarinos poderiam passar e inclusive afundar a frota americana.
Agora você imagina o sangue frio que você teria que ter para tomar uma decisão desse nível. Atacar ou não atacar? Kennedy teve que tomar sua decisão com generais gritando na orelha. O exército quer sempre ver o oco!
O presidente optou por não atacar, e provavelmente Nikita Kruschev também não quis arriscar uma guerra, e deu ordem para os navios recuarem. Foi feito um acordo: os navios soviéticos voltariam, mas os EUA deviam se comprometer a não atacar Cuba.
Parecia que tudo estava resolvido, não haveria mais guerra. Até que aconteceu uma cagada. Avisaram Fidel Barbudon que tava tranquilo, nenhum americano iria invadir a ilha, e eis que um puto de um piloto americano, voando sabe-se lá para quê sobre Cuba, foi derrubado por uma artilharia anti-aérea.
Derrubaram um avião militar americano e o piloto morreu! Fuuuuuuuuuuuuuudeu! Os EUA entraram em estado de alerta. Agora a guerra nuclear ia comer solta. Os comunistas juraram de pé junto que foi um mal entendido. Que todos foram avisados para não atacar, mas um oréia seca devia estar dormindo durante a reunião e não ouviu a nova ordem. Na hora que viu o aviãozinho americano marcando deve ter pensado "upa! vou derrubar esse troxa e ganhar uma medalha do Fidelzão". Deve ter ganhado muita pedalada na cabeça, isso sim!
Mas voltando ao conflito... os EUA ficaram novamente em uma situação tensa, mas o presidente americano acreditou nas palavras dos soviéticos e cubanos. Porém, além de decisões militares e estratégicas, ele precisava agir conforme a opinião pública, e para a opinião geral uma afronta como essa não poderia ficar assim.
Os EUA aceitou as desculpas pelo ocorrido mas exigiu que as instalações militares de Cuba fossem desmanchadas, e em troca eles não atacariam a ilha. A União Soviética não achou certo eles terem um monte de mísseis americanos apontados para o seu cú enquanto eles saíriam de Cuba. Assim exigiram em troca a desativação da base na Turquia.
Tenso mermão! Depois de muito negociar, Kennedy disse que aceitaria a proposta, mas queria que as instalações cubanas fossem desativadas imediatamente, porém ele só iria desativar a base turca dentro de 6 meses. Porque isso? Para ele ficar mais bonito na foto, não podia demonstrar para o povão que os soviéticos estavam ganhando. Foda hein, pior que jogar WAR essa bagaça.
Kruschev se contentou com a palavra do presidente americano. Os mísseis foram retirados de Cuba, e meses mais tarde Kennedy desativou a base turca. Ufa! Que cagaço o povo passava naquela época!
Enfim, para você curtir essa série tem que gostar de história. Outro destaque são os atores e a maquiagem, que deixaram Greg Kinnear igual ao John Kennedy, e Katie Holmes a fuça da Jackie Kennedy.
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Enjoy!
CDX
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